Hoje damos início a série de novidades que preparamos para o blog em 2012, e a primeira delas é a estréia da coluna: Tapa na Cara! A ideia é debater pautas polêmicas que fazem parte de nossas vidas e de dar um tapa na cara desse povo acomodado, e para nossa estréia um clichê de janeiro: vamos falar de BBB!

estupro bbb

Não estou aqui para defender ou atacar o programa, mas se tem uma coisa que temos que reconhecer é a capacidade que o BBB tem de revelar os valores da sociedade brasileira e talvez seja esse o grande problema do programa, muitos não conseguem admitir que vivemos numa sociedade baseada na hipocrisia, que se diz moderna e acolhedora, mas que na verdade gosta mesmo é de julgar, ser machista, de rotular e de apontar o erro do outro.

E como exemplo disso, podemos utilizar o caso, ou suposto caso, de estupro dentro do programa para exemplificar dois comportamentos de nossa sociedade amável: a desvalorização da mulher e o complexo de coitadinho.

Logo depois do ocorrido, multiplicaram-se os posts na internet pedindo a expulsão do rapaz e denunciando o abuso, mas ao ler esses artigos nos deparamos com uma série de comentários que colocavam a culpa do ocorrido na própria moça. Nos comentários, e muitos deles feitos por mulheres, podíamos ler ataques do tipo: “vagabunda, provocou e agora tem que aguentar”, “ninguém mandou provocar, afinal ele é homem”. Ou seja, na visão machista de nossa sociedade uma mulher bonita deveria usar burca e se ela for na balada que não dance e fique bem quietinha, pois se provocar merece mesmo levar vara na periquita. Depois Rafinha Bastos que era um canalha por querer comer a Wanessa com bebê e tudo. Para o brasileiro, mulher que dança, bebe e usa roupa curta é vagabunda e ponto final. Se ela foi abusada é porque estava procurando, ou se ela fez porque quis, como a Tessália fez em edições passadas, é vagabunda declarada.

Ou seja, na hora de apontar o erro do outro, viramos especialistas: fulano é mal pois faz panelinha para levar vantagem, guria é vagabunda pois mostra a bunda, o vizinho é frouxo e por isso tem problemas em casa, e assim viramos um país campeão em indicar as falhas e os defeitos dos outros, como se isso fosse esconder a nossa própria podridão, os nossos próprios defeitos e as nossas ações que geralmente, são as mesmas que estamos atacando.

O segundo fato que o ocorrido trouxe a tona, é o complexo de coitadinho. Após a expulsão do rapaz, choveram comentários do tipo “só expulsaram ele pois era afrodescendente, se fosse o Jonas loirinho não fariam nada”. E com esse ‘bla bla bla’ exigimos um tratamento diferenciado como se o ato da pessoa fosse simplesmente descartável, usamos do complexo de coitadinho para tentar justificar nossos erros e deixarmos de lado a responsabilidade por nossos atos. É comum encontrar pessoas que adoram se fazer de vítimas, usando a cor, a orientação sexual, o peso ou o gênero como muletas para tudo. Ora, preconceito existe, não vou negar, mas o pior preconceito é aquele que está interiorizado nas pessoas que acham que tudo gira em torno do seu estereótipo e que elas não fazem nada, nadinha para merecerem os atos que recaem sobre as suas vidas. Pessoas são boas e más e devem arcar com as consequências disso, não é por que é gay e sofre homofobia que deve ter sua culpa relevada e por aí vai. Errou, seja homem e assuma. Vamos fazer com que a nossa luta seja sempre pela justiça que vai punir o infrator independente da classe, cor, beleza ou qualquer outro fator. Se a Maria fez mal para o João, não é justo que o João desconte na Estela. Menos rótulos e mais justiça, é disso que o povo precisa.

E vocês, concordam com os pontos levantados? Discordam? O debate de ideias começou e por isso comente, compartilhe, me elogie ou me critique, vamos juntos construir conhecimento!

Um super BjoMeChupa,

@pirulitodbanana

Comentários em: "Tapa na cara: O estupro do BBB e a reação popular!" (1)

  1. Não dá pra afirmar se foi estupro ou não, se o q foi mostrado (Pelo menos pra mim), foram só movimentos debaixo do edredon.
    Eu vi um vídeo de cerca de 2 minutos, e pelo o q entendi, não tinha ninguem inconsciente, apesar do nível alcoolico dos 2. Só q tbm vi várias pessoas afirmarem q assistiram vídeos de quase 10 minutos, e vuran q ela não se mexia durante o “ato”, e tudo mais… não sei, parece até q já existe um “datenismo” nessa História.

    Mas ainda assim, o q aconteceu pra q os 2 dormissem na mesma cama, e tivessem momentos intimos, q foi relatado inclusive pela moça? Acho q isso já desmistifica muita coisa…

    Tô aberto à demais opiniões. Eu permaneço neutro nessa história, embora eu tenda pra achar ainda q NÃO foi estupro.

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